Podemos prever um Tsunami?
MARIA ANA DE CARVALHO BAPTISTA
Do Liceu (actual escola secundária) aos tsunamis
Entrei em 1979 no 1º ano do curso de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Terminei a licenciatura na opção de geofísica. Trabalhei no Instituto de Meteorologia, na secção de geofísica a partir de Janeiro de 1985, passei um ano a ensinar no ensino secundário e passei por uma empresa de prospecção geofísica no Reino Unido. Em 1988 entrei para o ISEL, departamento de Engenharia Civil, mantendo durante todos estes anos uma estreita ligação com o Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa (CGUL).
Completei o mestrado e o doutoramento na Universidade de Lisboa sempre na temática dos tsunamis.
O primeiro projecto, financiado pela UE, em tsunamis decorreu entre 1988 – 1991, DETWS _ Destructive Earthquakes and Tsunami Waring System, era liderado pelo CGUL; seguiram –se novos projectos de investigação nesta área até 2000. Depois do tsunami de Sumatra surge uma enorme pressão sobre este tema, surgem novos projectos, novas iniciativas, novas responsabilidades: Portugal irá participar activamente na implementação do Sistema de Alerta Precoce de Tsunamis para o Atlântico Norte, Mediterrâneo e Mares Adjacentes da COI da UNESCO, um novo desafio que agora começa.....
Actividades de Comunicação em Ciência para público em geral
Alexandre Costa, César Andrade, Clara Seabra, Luis Matias, Maria Ana Baptista, Sara Nunes, Edição:
Centro Ciência Viva do Algarve, Coordenação: Alexandre Costa e Maria da Conceição Abreu, 1755
Terramoto no Algarve ISBN: 972-99778-0-1.
M A Baptista, P Teves-Costa, LMatias, J M Miranda, João Cabral e Pedro Terrinha, Terramotos e Tsunamis , Ed Livro Aberto, 2005.
J M Miranda, M A Baptista, P Soares, Sumatra e Katrina, Desastres Anunciados, Engenharia e Vida , pp 42-44, Out 2005.
M A Baptista, J M Miranda, Ingenium , 2005.
Na Fronteira da Ciência - 30 Jan. 2008
Podemos prever um Tsunami?
O tsunami gerado pelo sismo de 1 de Novembro de 1755 foi o maior desastre natural verificado em Portugal. O sismo ocorreu cerca das 9h30, hora de Lisboa, tendo sido sentido um pouco por toda a Europa. O tsunami foi observado no Atlântico Norte, desde as Ilhas Barbados até à Escócia; no entanto as ondas mais destrutivas ocorreram em Portugal Continental, Espanha (Golfo de Cádiz) e no Norte de Marrocos. As dimensões catastróficas deste evento deram origem a uma onda de solidariedade e de consternação a nível global.
Passados cerca de duzentos e cinquenta anos, no início do século XXI, a Humanidade assiste quase em directo, pela televisão, ao desenrolar de duas catástrofes naturais de grandes dimensões: o tsunami de Sumatra e o furacão Katrina. O que tiveram em comum estas duas catástrofes? Ambas são fenómenos altamente energéticos e com um elevado poder devastador; por outro lado, verificou-se a incapacidade de ser prestado auxílio às populações em fuga e a enorme vulnerabilidade dos locais atingidos, quer se trate de um dos países mais ricos do mundo ou do litoral mais pobre do oceano Índico.
Os tsunamis têm um potencial destrutivo enorme, sendo gerados por grandes sismos, por gigantescos deslizamentos de terrenos ou grandes explosões vulcânicas. Os furacões são gerados pela evolução de tempestades tropicais, em regiões onde a temperatura da água do mar à superfície é elevada. Se bem que envolvendo escalas temporais distintas, ambos são fenómenos globais no que diz respeito ao impacto social e económico.
Quatro anos passados sobre o grande tsunami de Sumatra em que ponto nos encontramos? Quais os avanços científicos nesta área? Qual a resposta dos países e das organizações mundiais a futuros fenómenos semelhantes a um grande tsunami?
O que foi feito em Portugal? Às 22h14 do dia 25 de Agosto de 2007 foi colocado o primeiro observatório submarino integrado na rede de alerta precoce de tsunamis em instalação no Golfo de Cádiz. Este acontecimento é parte de um conjunto de projectos que visa dotar as populações da área do Golfo de Cádiz de um sistema integrado de alerta precoce.
Mais info
NOAA Center for Tsunami Research
Intergovernmental Oceanographic Commission – Tsunami information
Instituto Geofisico do Infante D Luiz
Surviving a Tsunami Lessons from Chile...
Ciência Viva
A Ciência e o Espaço – Fronteiras entre placas tectónicas
Projecto SEMAPP – Ciência, Educação e Arqueologia Marinha
Projecto - Investigação do Interior da Terra com Métodos Sísmicos
Na Comunicação Social
Alerta de tsunami da Indonésia – 30 Jan 2008
Alerta de tsunami na Indonésia e sismo de magnitude 6,3 em Timor-leste
Notícias sobre Tsunamis nos últimos 60 dias
Especialistas definem em Lisboa sistema de alerta de maremotos para o Atlântico e Mediterrâneo
Conferência na Gulbenkian sensibiliza para o conhecimento das ondas gigantes
Sismo como o de 1755 causaria 3 mil mortos e 27 mil desalojados no Algarve
Trabalhos realizados por estudantes
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Tracing earthquakes: seismology in the classroom
Sugestões para enquadramento curricular
Ensino Secundário
Disciplina: Geologia
Ano escolar: 12º ano
Tema I – Da Teoria da Deriva dos Continentes à Teoria da Tectónica de Placas
Disciplina: Biologia e Geologia
Ano escolar: 10º ano ou 11º ano
Tema III: Compreender a estrutura e a dinâmica da Geosfera
Conteúdo conceptual: Sismologia
Ensino Básico – 3º Ciclo
Disciplina: Geografia
Ano escolar: 8º ano
Tema: Meio Natural
Conteúdo conceptual: Riscos e Catástrofes
Disciplina: Ciências Naturais
Ano escolar: 7º ano
Tema: Terra em Transformação